Artigo gentilmente cedido por José Eduardo Nogueira Alves (Técnico em Aviônica) (21/06/2008)


O sistema possui características que visam, primordialmente, seu uso como radar meteorológico, detectando tempestades e permitindo ao piloto analisar estas formações e evitar o vôo através delas.

Esse é um radar muito utilizado em aeronaves Caravan e Black Hawk possuindo algumas particularidades, mas seu funcionamento é muito simples.
Esse equipamento é composto de um receptor/transmissor (antena) que faz a varredura, de um visor onde o piloto seleciona a distância e angulação no qual se deseja a varredura (conhecido como PPI), o PPI abriga internamente os dispositivos eletrônicos de controle e sua face dianteira incorpora todos os controles, indicadores e a tela de imagens e um módulo de configuração que funciona como a memória de inicialização do radar que, especificamente, atua quando o equipamento é ligado e o mesmo carrega as informações nele inseridas no momento da calibração.




Geralmente esse radar não costuma apresentar muitos problemas, pois, sua interface de comunicação entre módulo, receptor/transmissor e PPI é muito simples.
O módulo de configuração é a parte desse sistema que, geralmente, gera problemas, pois, é a parte mais sensível.
Quando a varredura não corresponde ao que realmente está na frente do avião, deve-se verificar se o radar está calibrado, ou seja, se ele está com os parâmetros pré-estabelecidos pelo fabricante, esses que por sua vez são:
1)    400 Hz de Referência: é base do radar para os outros parâmetros.
2)    Pitch Offset: é a base do radar para subir ou descer em relação ao horizonte artificial.
3)    Roll Offset: é a base do radar para ir pra esquerda ou direita em relação ao horizonte artificial.
4)    Gain Pitch: é a correção do equipamento no momento da manobra.
5)    Gain Roll: é a correção do equipamento no momento da manobra.

Esses parâmetros são inseridos no PPI.
Se, após a calibração, os parâmetros não conseguirem ser salvos no "setup" do radar, o problema com certeza é o módulo e configuração, pois, esse está com algum dano em sua memória de inicialização e o mesmo precisa de reparo. Na maioria dos casos, ele precisa ser reprogramado para voltar a funcionar. O fabricante possui empresas autorizadas para esse tipo de manutenção.
Outro problema bastante comum é o módulo estar desajustado em relação à angulação, para isso, é necessário fazer a calibração ajustando para os parâmetros corretos.
Obs: Esse tipo de calibração deve ser feita com a aeronave em vôo nivelado, se estiver em solo com o motor ligado e a mesma embandeirada; ou ainda existe um equipamento que é conectado na tubulação que é ligada ao horizonte e o mesmo, quando colocado para funcionar, injeta pressão no horizonte simulando a pressão necessária para a calibração. Para as duas últimas opções, a aeronave tem que estar virada para uma área livre, longe de pessoas, estruturas de metais e líquidos inflamáveis, uma distância segura é de cerca de cem metros.
Deve ser verificado, também, se na tela do radar está aparecendo uma cor âmbar ou qualquer cor que esteja distorcida, isso indica que o PPI está com defeito e o mesmo deve ser substituído.
receptor/transmissor (antena) também pode dar problema, mas isso é mais difícil, ele pode parar de fazer sua rotação, pois, suas engrenagens podem travar ou simplesmente a parte refletora não desempenhar mais a sua função.
Sempre que o módulo, o 
receptor/transmissor (antena) ou PPI forem retirados deve-se lembrar de usar nos conectores um limpa-contato para preservar e eliminar qualquer interferência como poeira. Onde o receptor/transmissor (antena) é instalado deve-se selar a vedação de encaixe com o objetivo de proteger o mesmo contra água.
Uma variação desse radar é o RDS-82, seu funcionamento é quase o mesmo, só que esse não possui um módulo externo para manutenção e os parâmetros a serem ajustados são ajustados no próprio 
receptor/transmissor (antena).